quarta-feira, 27 de maio de 2015

Rituais de casamento mostram costume de cada região

Texto: Carolina Comim

Foto: Miriam Cardoso de Souza
Maio é o mês das noivas. Do enlace, do amor, dos casais. Tudo indica que seja por causa de uma tradição importada dos países do hemisfério norte, onde maio é um mês muito importante para os costumes populares. Naquela parte do mundo, a chegada de maio é celebrada com muitas flores, em homenagem à natureza que refloresce e à primavera que por lá atinge a plenitude. Ao longo dos séculos, esses elementos foram sendo associados à celebração do amor no casamento.

Para celebrar essa fase, apontei 10 rituais diferentes ao redor do mundo:

Três vestidos: Na China, as noivas escolhem três vestidos de noiva. Primeiro, há o qipao ou cheongsam tradicional, um vestido bordado geralmente vermelho, porque o vermelho é uma cor que traz sorte na cultura chinesa. Em seguida, a noiva pode trocar por um vestido de baile branco. Finalmente, a noiva coloca um terceiro vestido na recepção, numa cor à sua escolha, ou um vestido de coquetel. 

Mãos pintadas: Antes de uma noiva indiana se casar ela, suas amigas e sua família decoram suas mãos e pés com desenhos chamados menhdi. Estes desenhos são feitos de henna e duram apenas algumas semanas. São incrivelmente detalhados e levam horas para ser aplicados.

Pular uma vassoura: Um número de culturas, de celtas a ciganos, incorporou algum tipo de salto sobre uma vassoura nas tradições de seu casamento. Hoje essa prática é frequentemente encontrada entre os afro-americanos, uma tradição enraizada na época da escravidão, quando o casamento entre homens e mulheres escravizados não era legalmente sancionado. No período antes da guerra, homens e mulheres escravizados declaravam sua união saltando sobre uma vassoura juntos.

Mazel Tov!: A quebra do vidro em casamentos judaicos, quando o noivo esmaga um copo com o pé no final da cerimônia, é uma tradição com raízes obscuras. Alguns dizem que o vidro simboliza a destruição do grande templo de Jerusalém em 70 d.C. Outros dizem que o vidro quebrado é um lembrete de que a alegria deve ser sempre moderada. De qualquer forma, quebrar o vidro é geralmente visto com espírito de felicidade, com os convidados do casamento gritando “Mazel Tov!” (Boa sorte!) depois do ato.

Madrinhas bebês: No Reino Unido e em outros lugares, usam-se apenas as “damas de honra”. No casamento da rainha Elizabeth II em 1947, havia oito damas de honra, a maioria mais jovem do que a noiva de 21 anos de idade. 

Surpresa no bolo: No Peru, as convidadas do sexo feminino participam de uma tradição um pouco mais doce do que o lançamento do buquê: fitas são dobradas entre as camadas do bolo de casamento. Antes dele ser cortado, cada mulher pega uma fita e puxa. No final de uma delas está um anel de casamento falso. A convidada que escolher essa fita será a próxima a se casar.

Abatendo uma vaca: Casamentos tradicionais zulu são marcados por cores vibrantes e danças entre a família da noiva e do noivo. Como muitas noivas em todo o mundo, as zulu começam o dia em um vestido branco, mas colocam roupas tradicionais tribais depois do casamento na igreja. Em uma cerimônia tradicional, a família do noivo abate uma vaca para receber de braços abertos a noiva. A noiva coloca dinheiro dentro do estômago da vaca, para simbolizar que ela agora faz parte da família.

Banho de alegria: Casamentos de estilo libanês começam com música, dança e júbilo mesmo à porta da casa do noivo. Este é o “zaffe”, um “escorte” tradicional composto por amigos, familiares e, por vezes, músicos e bailarinos profissionais. Este grupo acompanha o noivo para a casa de sua noiva, e depois os banha em uma chuva de bênçãos e pétalas de flores.

Pagamento pela noiva: Noivos russos têm de trabalhar muito para conquistar suas noivas. Antes do casamento, o noivo aparece na casa da noiva e pede a sua amada em casamento. Em tom de brincadeira, seus amigos e familiares se recusam até que ele pague em brindes, joias, dinheiro ou simples humilhação. Os noivos são obrigados a fazer danças bobas, responder enigmas e realizar testes de dignidade como trocar a fralda de uma boneca. Uma vez que o noivo impressiona os amigos e família com este “resgate”, ele pode encontrar sua futura esposa.

Pague pelo sapato: Enquanto os noivos russos pagam resgate pelas suas noivas, os homens paquistaneses têm de pagar se quiserem reaver seus sapatos. Depois de um casamento paquistanês, o casal regressa à casa para uma cerimônia chamada “mostrar o rosto”. Família e amigos seguram um xale verde sobre a cabeça do casal e um espelho conforme a noiva retira o véu que ela usa durante toda a cerimônia de casamento. Enquanto os noivos estão ocupados olhando um para o outro, os parentes da noiva fogem com sapatos do noivo e exigem dinheiro para devolvê-lo.

2 comentários:

  1. Belíssimo texto, as várias culturas e suas tradições descritas fazem entender uma parte da mistura nos casamentos ocidentais! Jogar o arroz, passar o sapato da noiva, pétalas de rosas no caminho para o altar...etc...
    Parabéns!

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