domingo, 24 de maio de 2015

Mãos que preservam

Texto e fotos: Miriam Cardoso de Souza

Hoje, o espaço do Tamanho Único será destinado ao aniversário de 140 anos da Colonização Italiana no Rio Grande do Sul.

Bravos imigrantes que vieram da Itália em busca de uma vida nova na América, uma viagem sem volta; trazendo na bagagem a esperança de dias melhores e a cultura de seus ancestrais. Estabeleceram-se na Serra Gaúcha, em Nova Milano, em 20 de maio de 1875, e outros locais, construindo uma pequena Itália fora da Europa.

Em 2013, meu trabalho de conclusão no curso de pós-graduação, em artes visuais em fotografia, desenho, gravura e pintura, foi direcionado à cultura italiana, com ênfase sobre a preservação da arte de sabe-fazer a dressa (trança artesanal, construída com fibras naturais, para confecção de chapéus e cestas), que faz parte da identidade Cultural da Imigração Italiana na Encosta Superior do Nordeste do Rio Grande do Sul. Utilizei a fotografia como ferramenta na preservação dos valores sociais e culturais de um determinado grupo social como forma de resgatar, conscientizar e incentivar essa arte, que se encontra em risco de extinção, pois os jovens não têm interesse em aprender a técnica do artesanato com fibras naturais.




Para realização da pesquisa, acompanhei um grupo de cinco nonas italianas, todas sexagenárias, no distrito de Forqueta, interior de Caxias do Sul; durante dois meses, período onde coletei dados e registrei o passo-a-passo da técnica desenvolvida pelas artesãs. Estas se reúnem uma vez por mês para transar as fibras,perpetuando a arte, e também como uma forma de reforçar a renda familiar.
O jornal Pioneiro, na época, publicou uma matéria evidenciando o risco de extinção dessa arte, para incentivar as pessoas a voltarem a confeccionar a dressa.


Eu não sou de Caxias, mas essa foi a minha contribuição para cidade e a cultura italiana. Com registros fotográficos, procurei motivar as pessoas a preservar a arte de saber-fazer a dressa, elemento que faz parte da cultura italiana. Mãos que fazem mãos que preservam; mãos que fotografam, preservam também.




Mais fotografias sobre a técnica da confecção da dressa, no link.


Um comentário:

  1. Parabéns Miriam, preservar a cultura é preservar a vida, um grande abraço!

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