terça-feira, 28 de julho de 2015

Ginecologia no Egito Antigo

                                                                                  Texto: Sandra Granetto


A civilização do Antigo Egito estendeu-se por um longo período de quase três milénios, constituindo um dos exemplos mais interessantes das chamadas culturas pré-tecnológicas arcaicas. A principal fonte de informação acerca da atividade médica chegou através dos rolos de papiros. Existem 14 rolos de papiros médicos, em diferentes estados de conservação, a maior parte correspondendo ao Império Médio (2050-1800 anos AC), mas contendo referências ao Império Antigo (2700-2185 anos AC).
A farmacologia do antigo Egito constituía uma grande parte da medicina da época, como se pode ver pelo chamado papiro farmacológico de Ebres. Com uma grande auréola mística, cada receita envolvia uma complexa preparação de medicamentos, em que os compostos provinham do reino mineral, vegetal, animal ou de substancias provindas de combinações das três origens. Encontram-se, nesse papiro, diversos remédios contra o cancro, as doenças de pele, as perturbações ginecológicas e até, mesmo, para tratamento das sequelas do abortamento. A Deusa Hator, era a deusa da maternidade e da fecundidade, protetora das mulheres.

Os médicos do antigo Egito eram famosos pelos conhecimentos em ginecologia.
Papiros médicos mostraram que as jovens esposas letradas, poderiam consultar estes papiros e cuidar de diversas doenças que viessem acometer a sua família. Grande parte dos textos tratava-se das doenças especificas do sexo feminino. Estes papiros descreviam diagnostico baseado na sintomatologia e orientavam os tratamentos adequados. Os médicos egípcios distinguiam as infecções uterinas, vulvares ou vaginais e foram capazes de diagnosticar o câncer do útero, descrevendo-o como “uma doença que devorava os tecidos“.
A fertilidade era importante para as mulheres. Os filhos eram vitais para contribuição ao trabalho e para a continuidade da família.
Alguns textos apresentam receitas para problemas de reprodução, prognósticos de nascimento. Contracepção e aborto. Numerosas pequenas figuras de pedra, representando mulheres com órgãos genitais exagerados, foram encontradas e, talvez pudessem ter sido oferecidas pelas mulheres que buscavam a própria fertilidade, como oferenda aos deuses.
O papiro que reconhece como eram atendidos os partos e o Papiro de Ebers (1500 A.C.) por ele sabemos que os partos eram domiciliares. A parturiente se adaptava na posição mais fisiológica para parir, de cócoras ou de joelhos sobre uma “cadeira de parto”, feita de ladrilhos e tijolos com um buraco central utilizado também como banheiro. Foram encontradas varias delas nas escavações egípcias.


As mulheres eram enfaixadas para assim aumentar a pressão abdominal e ajudar na expulsão do feto. Era frequente  utilizar supositórios vaginais  para lubrificar  o canal de parto. O médico especialista em obstetrícia se chamava “sunu”.
Mesmo que a grande maioria dos partos fosse domiciliar, existiam as maternidades publicas, onde davam a luz em bancos especiais. Quando aconteciam roturas, eram suturadas. Não tinham anestesia como conhecemos atualmente, usavam creme de pó de açafrão, fumaça de terebintina e pó de mármore dissolvido em vinagre.
Depois do parto, o cordão umbilical era cortado com uma faca especial e a placenta era guardada para ser utilizada como tratamento. E em algumas ocasiões era mumificada junto com o cordão umbilical como parte do enxoval funerário, era enterrado na porta da casa ou era arremessado ao Rio Nilo para assegurar a sobrevivência do recém-nascido.
Depois de parir as mulheres se retiravam durante duas semanas em uma tenda de purificação, pois se consideravam impuras por terem estado em contato com sangue.
A amamentação se prolongava até os três anos. O leite materno era utilizado como “água de proteção” e se utilizava para curar resfriados, cólicas, queimaduras, infecções oculares e para aumentar a potencia sexual.
O primeiro texto médico sobre métodos anticonceptivos se encontra no papiro de , onde se encontram conselhos e prescrições de emprego de esterco de crocodilo misturado com pasta de carbonato de sódio.
Relatos de contraceptivos intra vaginais com ingredientes como resina de acácia ,mel e leite azedo, seriam os espermaticidas. Entre os métodos para diagnosticar a gravidez, estava a quantidade de vezes que a mulher vomitava quando era colocada sobre uma mistura de cerveja com odores fortes .


Os antigos egípcios tinham grande conhecimento em medicina, e possuíam avanços tecnológicos na área de ginecologia e obstetrícia.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

De quem é o direito autoral em uma fotografia?

                                                                                                                                              Texto e fotografias por Miriam C de Souza

Para começarmos a conversa sobre esse tema, que considero de extrema importância, vamos primeiro a definição de Direito autoral: é um conjunto de prerrogativas conferidas por lei à pessoa física ou jurídica criadora da obra intelectual, para que ela possa gozar dos benefícios morais e patrimoniais resultantes da exploração de suas criações.Regulamentado   pela Lei dos Direitos Autorais 9.610/98, artigo 7.°, sendo o inciso VII sobre a fotografia.

Art. 7.º São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro, tais como:

VII - as obras fotográficas e as produzidas por qualquer processo análogo ao da fotografia.
É comum as pessoas se “apropriarem” (ato no qual o sujeito obtém posse de algo que não lhe pertence, tornando-o próprio.) de fotografias produzidas por terceiros sem dar os devidos créditos,  (é o registro feito por parte do editor de uma publicação, reconhecendo a autoria da fotografia  publicada). Observe sempre, nos editoriais, o nome do fotógrafo, profissional ou não, na parte inferior ou superior da fotografia, em letras pequenas). O que considero um absurdo, já ouvi as seguintes argumentações: “É só uma fotografia de celular (...)”;  “(...) a pessoa que clicou não tem rede social, facebook ou instagram para marcá-la (...)”;  ou “(...) não me importo com isso (...)”.  É contra essa prática que eu e mais 99% dos fotógrafos nos rebelamos.



 Explicita o artigo 24, da Lei de Direitos Autorais.

Artigo 24. São direitos morais do autor (...):
 II — O de ter seu nome, pseudônimo ou sinal convencional indicado ou anunciado como sendo o do autor, na utilização de sua obra”.

Isso quer dizer que uma fotografia tirada por qualquer pessoa é protegida pela lei, independente de ser em negativo, ou cartão de memória, em celular ou equipamento fotográfico. Todas estão amparadas pela legislação.
Precisamos mudar essa cultura com urgência, pois existem profissionais que vivem da arte fotográfica, com formação acadêmica. E principalmente pela ética.
Não creditar fotografias é transgredir a Lei dos Direitos Autorais.
Passe a creditar e incentivar esse hábito, pois FOTOGRAFIA é assunto sério,não deixe a mosquinha da vaidade morder você.


 

terça-feira, 14 de julho de 2015

Eu não esperava!




                                                                      Texto de:Amélia Dolores Berti                          

Observo, em meus contatos, muitas pessoas sofrerem por expectativas não alcançadas e a expressão mais comum é: “Eu não esperava!”. Fico analisando como a mente prega peças de um modo tão sorrateiro que não oportuniza o dar-se conta de que uma expectativa não garante a realização de um desejo.
Vivemos com expectativas de toda a ordem: quando buscamos emprego, ao realizar um concurso, ao fechar um contrato, quando contamos com alguém, enfim são anseios que aparecem em múltiplas situações. Isto é compreensível, pois desejar é inerente ao ser humano. Contudo, o fato é que ao se esperar algo sempre há duas possibilidades, acontecer ou não. As frustrações aparecem porque se conta como certo algo que não depende só de nós, mas de fatores externos sobre os quais não temos controle.  Nas relações interpessoais, então, isso é recorrente, contamos com atitudes que estão na nossa mente e não necessariamente na mente do outro. 
Temos uma série de demandas internas oriundas de nossas vivências ao longo da vida, além de necessidades a serem satisfeitas, que são exacerbadas na relação a dois. Espera-se do outro o que se combina verbalmente e presume-se que ele deva se dar conta sem necessidade de falar. Isto funciona como um “contrato secreto” nem sempre consciente e que quando quebrado é motivo de muita insatisfação e mágoa. Isto vai desde uma pequena atenção, um carinho, uma ajuda, uma tarefa, até um sacrifício que é normalmente decodificado como um gesto de amor.
Questões ligadas à ideia de reciprocidade também geram muitas expectativas, especialmente as que se referem a atitudes que temos com os outros. Se pensa, por exemplo: Se sou generosa com alguém devo ser retribuída da mesma forma, quando presto alguma ajuda, quando me dedico, quando sou fiel e muitas outras atitudes que tenho, normalmente são esperadas daqueles que são, de uma ou outra forma, favorecidos. Claro que seria bom se realmente acontecesse, mas nem sempre, pois os contratos relacionais, falados ou não, diferem de pessoa a pessoa e isto se revela nas atitudes contraditórias. Isso acontece nas mais variadas áreas; é difícil não se esperar a retribuição de um amigo, a consideração e até um elogio de um superior, o  cumprimento de alguém que se estima e, o que parece impossível, o amor de um filho.
Qual a solução
- Penso que para diminuir esses pensamentos que ocasionam tanto mal estar primeiro é preciso partir de uma proposta de mudança contínua. Seria uma aprendizagem, um treinamento que pressupõe a captação das mensagens mentais inadequadas e a substituição delas por outras mais realistas. Esta postura mental deverá diminuir as expectativas, nem que o preço seja ser menos dadivoso. Muitas vezes quem dá muito espera muito e quem se sacrifica, cobra. Fazer pelo outro sim, porque é um valor nosso, aliás sempre é uma demanda nossa, consciente ou não. Se puder não esperar nada, melhor. Pessoas mais maduras aprendem a doar sem esperar, mas é raro não esperar reconhecimento.
- Focar as expectativas em nós mesmos, sem exigências demasiadas, em  termos metas a ser atingidas ou como tentativas de busca.
- Abrir espaço para a esperança que, diferente da expectativa, coloca objetivos a longo prazo. Por sua natureza é mais flexível e nos impulsiona a realização de atos capazes de assegurar confiança a em nós mesmos, na vida, no universo ou em um  ser superior. Enquanto a expectativa possui um caráter mais racional, mais rígido, a esperança atua como uma força interior ligada a sentimentos positivos e à fé que anima.
Com esta postura existencial, diminuindo as expectativas sobre o outro e aumentando com relação a nós mesmos, colocando sempre como  uma possibilidade a ser atingida ou não, certamente diminuiremos ansiedades criadas pelas mensagens mentais enganosas. Será um processo  de mudança gratificante e construtivo quando alicerçado pela ESPERANÇA que conforta e  anima, principalmente diante das vicissitudes. Estaremos, certamente realizando  a prática nobre  do agradecimento, da serenidade  e da sabedoria.       

           

            

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Ciúmes pra que?

Texto: Tatiana Rocha Netto


O ciúme sempre foi tema de grandes histórias narradas no cinema, teatro, telenovelas, livros... e principalmente da vida real. O que é esse sentimento que nos invade? Por vezes dizemos não senti-lo, mas, em determinado momento, por pequenas ou grandes causas, lá está o botão vermelho do ciúme acionado em nós. 


O que, de fato, é o ciúme? Segundo o psicólogo israelense Ayala Pines, o ciúmes é “um complexo de pensamentos, sentimentos e ações que se seguem à ameaça à existência de um relacionamento ou de sua qualidade, que são gerados pela percepção de uma atração real ou potencial entre um parceiro e um (talvez imaginário) rival."

Como quase tudo na vida, o ciúme possui dois lados. Um deles mostra o apreço, cuida, valoriza quem está ao seu lado e é muito saudável. O outro lado quer manter alguém sob controle, distorce pensamentos, desencadeia muitos transtornos emocionais e causa prejuízo ao relacionamento. Em alguns casos, este tipo de ciúme deve ser tratado por profissionais qualificados, pois coloca os envolvidos em condições de sofrimento.

Essa condição de ciúmes geralmente inicia na fase do apaixonamento do casal, em que um coloca limites por vezes considerados absurdos pelo outro, mas o outro acaba relevando, pois o afeto daquele momento é maior. Ex: controlar o tipo de roupa que o outro usa ou não aceitar as pessoas de seu círculo de amizades por motivos banais.
Esses pequenos sinais já demonstram que um indvíduo pode estar desenvolvendo seu ciúme de forma negativa. Um diálogo franco e aberto torna-se então necessário, para que os sentimentos de ambos sejam expostos. A comunicação clara entre o casal fará com que o ciúme seja mantido sob um teto aceitável na relação. O equilíbrio é um componente muito importante na relação amorosa.
Ao falarmos em ciúmes temos que voltar nosso pensamento para autoestima e também para nossa segurança e nos questionarmos como estamos nesses aspectos. Você já analisou sua relação e o quanto existe de ciúme entre os dois? Já conversou sobre isso com seu parceiro? 
Uma pontinha de ciúmes pode fazer bem ao relacionamento, mas lembre-se sempre de dialogar quando notar algum desequilíbrio.
“O ciúme é muitas vezes uma inquieta necessidade de tirania aplicada às coisas do amor.” Marcel Proust

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Conecte-se

                                                                             Texto: Sandra Granetto de Lima


Conexão é presença,é estar presente no corpo. Conexão com o corpo, com o ambiente  e com o outro. Como fazer para que o corpo físico receba as energias da natureza? Através dos nossos 5 sentidos: visão, audição, paladar, olfato e tato.

Com a visão, temos a oportunidade de observar a tênue mudança da claridade  no decorrer do dia , desde o amanhecer, ate o anoitecer. Contemplar obras de arte. Observar as cores da natureza,das flores e dos animais. A emoção encontra-se com o que estamos vendo.






Através do paladar, sentimos os diferentes sabores: amargo, doce, azedo, salgado e a mistura de todos ao mesmo tempo. Comer devagar , saboreando os alimentos e  testando culinárias diferentes ,é uma forma de aguçar o paladar.



Ouvir é diferente de escutar. Ouvir   é prestar atenção nos sons e decifrar o que eles traduzem. Ouvir o outro com calma, olhando nos olhos seria como uma conversa entre duas almas. Prestar atenção nos sons da natureza;  ouvir o cantar dos pássaros,o sibilar  do vento, o barulho da chuva.



Ah os odores. O perfume de uma pessoa querida, o cheiro do café recém passado. O perfume das   árvores e das flores .Podemos fazer uma viagem através da  memória olfativa.



O tato faz com que possamos sentir as diferentes texturas das coisas, dos tecidos, da pele que pode estar lisa e sedosa, ou áspera O tato não esta só nos dedos e nas mãos, mas em todo o corpo que tem receptores  de pressão e temperatura.

E o sexto sentido, que  é a percepção, a interiorização dos sentimentos, sensações que o corpo emite a cada momento. Preste atenção em você, pois o corpo fala .