Texto: Amélia Dolores Berti
Auto estima
é definida como sendo um conceito subjetivo que a pessoa tem de si mesmo e, se
positivo se traduz em alegria e bem estar, se negativo em tristeza e
insatisfação. Estrutura-se ao longo da vida, em especial pelas avaliações e
trocas afetivas com os pais nos primeiros anos de vida, incluindo
posteriormente as pessoas que são significativas.
Questões
genéticas também influem, na medida em que contribuem para a instalações de
traços e transtornos de humor, ansiedade e personalidade, os quais são
desencadeados mais facilmente num contexto hostil, não gratificante. Uma pessoa
com depressão, por exemplo, tem fortes sentimentos de desvalia, um
perfeccionista não valoriza o que consegue pelo excesso de crítica.
Por
outro lado, o processo de educação de modo indireto ensina a criança a se
desqualificar na medida em que acentua o erro, enquanto os acertos passam muito
despercebidos e não reforçados. Instala-se uma autopercepção de inferioridade
acompanhada por carência afetiva. O medo contínuo de não ser aceito gera
mecanismos de defesa que bloqueiam expressões mais genuínas. Aqui fala-se em
autosabotagem que tem repercussões diretas sobre a auto estima.
Jung
fala da criança interior reprimida que não pode se liberar, negando-se a si
mesma com o objetivo de buscar o amor de quem ama. Certamente isto reduz a
auto-descoberta, a capacidade intelectiva, a criatividade e grande parte das
ações realizadoras. Esse estado de ego é também ocasionado por crenças que
permeiam a vida familiar e que, de uma forma sub-reptícia, vão sendo
internalizadas, gerando sentimentos negativos, dentre eles: fracasso, abandono,
incapacidade, dependência, exclusão e outros.
Uma
possível solução disto pode iniciar com uma abertura ao auto-conhecimento, no
sentido de captar-se a nível de pensamentos, sentimentos e ações, detectando-se
as camuflagens, as sombras, as jogadas para aparentar o que não se é. É
captando os autoenganos, tidos como qualidades que induzem à vitórias fictícias, portanto destrutivas, que
mudanças podem ocorrer. Além disso, desenvolver uma moral autônoma com regras
ditadas pelo eu sem entrar em conflito com as normas sociais. Seguir
resignificando traumas e conflitos vividos, desfusionando-se das crenças e
lembranças que mobilizam a raiva ou a vitimização.
Não
há uma formula geral para gostar de si, cada um a seu modo, com acento nas
qualidades, com a melhora da auto-imagem, com a permissão do prazer, com a
condescendência em relação ao erro, com a auto compaixão e o auto perdão. Arriscar-se
tentando sempre. Isto associado a um diálogo interno contínuo certamente
reduzirá a auto depreciação e aumentará o prazer de viver.
Que Maravilha. Te ouvir novamente através da leitura.. Sucesso sempre. Renata
ResponderExcluirObrigada, Renata. fico feliz em saber que aprecias minhas falas. Lembro com carinho dos momentos de UCS contigo. Que sejas muito feiz sempre no teu trabalho e em família que sei ser linda em todos os sentidos.. Bjs
ResponderExcluirMuito bom, Dolores! Como tudo o que escreves, o texto traz mais que conhecimento, ele está impregnado de sabedoria. Entrevistei, há poucos dias, em São Paulo, uma senhora com 94 anos, dona de uma vitalidade fora do normal e procurei saber dos seus segredos de uma vida tão longeva e saudável. Descobri dois aspectos incríveis: ela é dona de uma boa autoestima e não é apegada ao passado. Tens toda a razão em enfocar tão importante tema. Parabéns, Dolores por socializar tua sabedoria! Bjs mil
ResponderExcluirMuito bom, Dolores! Como tudo o que escreves, o texto traz mais que conhecimento, ele está impregnado de sabedoria. Entrevistei, há poucos dias, em São Paulo, uma senhora com 94 anos, dona de uma vitalidade fora do normal e procurei saber dos seus segredos de uma vida tão longeva e saudável. Descobri dois aspectos incríveis: ela é dona de uma boa autoestima e não é apegada ao passado. Tens toda a razão em enfocar tão importante tema. Parabéns, Dolores por socializar tua sabedoria! Bjs mil
ResponderExcluirObrigada, amiga, sabes que nossa admiração é recíproca. Nesta com prazer estarei presente em mais um lançamento de um livro que conta a história do bairro São Pelegrino, resultado de uma séria pesquisa realizada por ti e pelo teu filho Charles. Sei também de tuas múltiplas competências na área das artes, não só pela Revista Afrodite como também através de nossa,convivência. Parabéns mil vezes pelo que és, além de socializar não só as tuas produções, mas as realizações da comunidade e de outros locais. É um orgulho sempre ter-te como amiga e um aprendizado contínuo estar contigo . Bjs
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