Texto e fotos: Miriam Cardoso de Souza
Hoje, o espaço do Tamanho Único será destinado ao
aniversário de 140 anos da Colonização Italiana no Rio Grande do Sul.
Bravos imigrantes que
vieram da Itália em busca de uma vida nova na América, uma viagem sem volta;
trazendo na bagagem a esperança de dias melhores e a cultura de seus
ancestrais. Estabeleceram-se na Serra Gaúcha, em Nova Milano, em 20 de maio de
1875, e outros locais, construindo uma pequena Itália fora da Europa.
Em
2013, meu trabalho de conclusão no curso de pós-graduação, em artes visuais em
fotografia, desenho, gravura e pintura, foi direcionado à cultura italiana, com
ênfase sobre a preservação da arte de sabe-fazer a dressa (trança artesanal, construída com fibras naturais, para
confecção de chapéus e cestas), que faz parte da identidade Cultural da
Imigração Italiana na Encosta Superior do Nordeste do Rio Grande do Sul.
Utilizei a fotografia como ferramenta na preservação dos valores sociais e
culturais de um determinado grupo social como forma de resgatar, conscientizar
e incentivar essa arte, que se encontra em risco de extinção, pois os jovens
não têm interesse em aprender a técnica do artesanato com fibras naturais.
Para realização da pesquisa, acompanhei um
grupo de cinco nonas italianas, todas sexagenárias, no distrito de Forqueta,
interior de Caxias do Sul; durante dois meses, período onde coletei dados e
registrei o passo-a-passo da técnica desenvolvida pelas artesãs. Estas se
reúnem uma vez por mês para transar as fibras,perpetuando a arte, e também como
uma forma de reforçar a renda familiar.
O jornal Pioneiro, na
época, publicou uma matéria evidenciando o risco de extinção dessa arte, para
incentivar as pessoas a voltarem a confeccionar a dressa.
Eu não sou de Caxias, mas
essa foi a minha contribuição para cidade e a cultura italiana. Com registros
fotográficos, procurei motivar as pessoas a preservar a arte de saber-fazer a dressa, elemento que faz parte da
cultura italiana. Mãos que fazem mãos que preservam; mãos que fotografam,
preservam também.
Parabéns Miriam, preservar a cultura é preservar a vida, um grande abraço!
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