Texto da psicóloga: Tatiana Rocha Netto
Nos últimos dias diversas tragédias ocorreram tanto aqui no
Brasil como no cenário mundial. Isto me levou a pensar na possibilidade do desenvolvimento
do Transtorno do Estresse Pós-Traumático nas pessoas envolvidas direta e indiretamente
nestes eventos trágicos. O TEPT é um transtorno comum, porém sua intensidade e
seus sintomas costumam ser pouco conhecidos.
Toda e qualquer situação atípica a qual um indivíduo é submetido de forma abrupta, inesperada e violenta causa impacto emocional intenso, que merece atenção especial. O TEPT pode afetar um percentual significativo da população. Alguns de seus desencadeadores são a violência urbana, assaltos, abusos sexuais, tragédias ou catástrofes naturais, terrorismo, guerras, entre outros.
Os sintomas podem ser diversos: medos intensos, pensamentos
recorrentes sobre o episódio, paralisação de atividades, sensibilidade extrema,
choro sem motivo aparente, tristeza e apatia, dificuldades de sono, pesadelos,
elevação de ansiedade, tendência ao isolamento, taquicardia, dor de cabeça, dores
no corpo sem causa aparente. Estes sintomas costumam surgir até trinta dias
após o episódio vivenciado, mas em alguns casos eles surgem até dois anos
depois.
O Transtorno do Estresse Pós-Traumático pode ser vivenciado
também por pessoas que estão envolvidas nos episódios estressores de forma
indireta. Nessa categoria temos jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas que
fazem cobertura de tragédias, pessoas que assistem a cenas violentas, policiais,
profissionais da área da saúde que atuam em ambientes altamente estressores,
entre outros. Esses indivíduos devem buscar suporte emocional para
enfrentamento de casos de estresse. É importante salientar, no entanto, que o TEPT
não ocorre necessariamente com todos que
passaram ou passam por situações traumáticas. Alguns indivíduos são mais
vulneráveis que outros.
Por vezes a associação do evento traumático aos sintomas não
ocorre facilmente. Por isso é fundamental estarmos atentos a qualquer alteração
pela qual passamos. Caso você esteja sofrendo com algum dos sintomas descritos e tenha passado por um evento traumático é aconselhável buscar profissionais habilitados para fazer um diagnóstico
detalhado, no caso o psicólogo ou psiquiatra.
A psicoterapia e, mais especificamente,
a psicoterapia cognitivo-comportamental apresentam ótimos resultados na identificação
e tratamento do TEPT. Algumas situações requerem medicação, mas esta não é uma
regra.
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