Tomar consciência de que filhos não estão entre os sonhos e os planos da mulher já é tarefa bastante difícil e dolorida. Desde pequenas somos estimuladas a ter o tal instinto materno: brincamos de boneca, de casinha, de mamãe… Logo, aceitar que esse instinto não faz parte da nossa personalidade e que não desejamos corresponder àquele formato não é lá muito simples. O tempo é outro fator cruel, nesses casos. O sistema reprodutor feminino tem prazo de validade e pode ser implacável. Esperar demais para enfrentar uma gestação pode representar riscos ou simplesmente inviabilizar a maternidade. É preciso decidir se queremos ou não filhos até certa idade. Depois, nosso corpo é quem decide por nós, independente da nossa vontade.
Como se não bastasse todas as dúvidas e riscos que envolvem esse processo de tomada de decisão, ainda é preciso enfrentar quem acredita ter a fórmula da felicidade – com filhos, é claro. Para dificultar ainda mais a vida de quem está confusa ou simplesmente acostumando-se à ideia de que não pensa como sua mãe ou amigas, tem sempre algum membro da patrulha pró-filhos para encher a cabeça da pobre alma de regras, julgamentos e até descortesias.
Tudo isso em nome de que? De um comportamento socialmente aceito, que diz que todos os casais devem procriar? De uma suposta felicidade da qual a renunciante aos rebentos estaria abrindo mão? Ou em nome de uma necessidade de afirmação por parte dos pais e mães que, por escolha própria ou falta de opção, já fazem parte do time da “família grande” e precisam, então, ver sua escolha replicada em outros, para ter realmente certeza de que ela foi tomada corretamente?
Felizmente, a patrulha tem cada vez menos membros. Muitas pessoas gentis, educadas e bem resolvidas perceberam a indelicadeza deste comportamento e abandonaram de vez as trincheiras, relegando este tema ao que ele realmente é: uma escolha pessoal, intransferível e que em nada vai interferir na vida de outros que não sejam apenas o casal.
Para quem decidiu não ter filhos, porém, ainda há muito julgamento a enfrentar. Sabendo disso, Donna preparou uma lista das principais frases que as mulheres não-mães mais escutam por conta de sua escolha. Em solidariedade a elas – e como uma espécie de recado aos membros da patrulha.
Cada mulher conquista o seu mundo, do seu jeito. Com ou sem filhos.
1 – Você diz isso agora, mas vai mudar de ideia quando tiver os seus filhos.
2 – Só quando se tem filhos é que se descobre o amor verdadeiro.
3 – No lugar de cuidar de cachorro (ou gato), vá ter um filho!
4 – Mas já pensou quem vai te cuidar na velhice?
5 – Você está sendo egoísta.
6 – Ter filhos foi a melhor decisão que eu já tomei.
7 – Você vai se arrepender depois, quando estiver mais velha.
8 – Você só se torna mulher de verdade, com verdadeiras responsabilidades, quando você é mãe.
9 – Então você não gosta de crianças.
10 – Seu marido vai querer filhos e vai procurar outra para isso.
Fonte: Revista Donna
Em pleno 2014...
ResponderExcluirExcelente assunto a ser discutido. Certamente os impactos dessa definição, ou opção aparecem sócio-economicamente falando. É algo contemporâneo e que deve ser imediatamente e amplamente discutido. Parabéns pelo compartilhamento do post.
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